quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

Resultado do VII Concurso UniABC - Anhanguera de Poesia



Colocação
Poema
Autor
Menção Honrosa
Parece até Romeu e Julieta
Rodolfo Moraes de Andrade
Menção Honrosa
Medo
Fernanda de Araújo Moisés
Menção Honrosa
No momento em que a pessoa nasce
Alex Giovanni Rabelo da Silva
Menção Honrosa
Como uma rosa
Aline Regina da Silva Gomes de Matos
Menção Honrosa
Amor
Aline Regina da Silva Gomes de Matos
Menção Honrosa
Seja lá quem ditou o certo
Alex Giovanni Rabelo da Silva
5
História e Letras
Thiago Augusto Pestana da Costa
4
Indiferente volúpia
Gideão Cardoso da Costa
3
A causa
Gideão Cardoso da Costa
2
Escrita
Sidney de Melo da Silva
1
Na base a raiz
Sidney de Melo da Silva


Sarau do Grupo de Escritores UniABC - Anhanguera



Assista no YouTube, o Sarau do Grupo de Escritores UniABC - Anhanguera, realizado em 21-8-2013

CLIQUE em:

terça-feira, 16 de julho de 2013

Luta Contínua - Thiago Pestana

Luta Contínua

Já se passou o tempo das correntes,
presenciado por alguns antecedentes,
quanto sofrimento lá na terra,
como sonhava fugir ou ser o dono dela!

Passou muitas gerações a trabalhar,
em dias de sol e chuva, sem cessar,
uma trégua para o descanso,
só viria ao longo dos anos.

Com a morte anunciada,
mão de obra descartada,
substituto contratado
agora com registro,funcionário.

Mesmo assim, nada muda,
mais  trabalha, mais estuda
em verdade absoluta
a luta sempre continua.

O trabalho digno e honrado,
edifica o proletariado?
traz a riqueza com seu esforço,
mas não para o próprio bolso.

Até quando vai ser assim,
mais pra você, menos pra mim?
me nego a pensar no futuro,
que não é claro, é escuro

No pensar da realidade,
novo dia, nova oportunidade,
recomeçar é a alternativa
todo dia, todo dia.

Este cotidiano embaraçoso,
que só nos traz desgosto
a esperança é o que explica
a melhoria desta vida.

Thiago Pestana - História

Amor é Saudade - Thiago Pestana

Amor é Saudade

O amor nasce, morre,
aparece, desaparece,
se irrita, tranquiliza,
se aproxima e distancia.

Que amor é este
pela garota que usa enfeites?
a mãe que o agrada?
ou aquela gostosa cochilada?

A mente é um abismo,
nada é demais, nada é propício,
se perde, se acha, discute, relaxa,
um minuto! Chega! Basta!

Como amar e ser amado?
o ser humano é complicado...
uma hora está nos braços,
e em outra nos balaços.

Mente humana, quanta intriga,
sigilosa, opaca, enigma,
distorção de um universo,
e de um conceito pós-moderno.

É muita coisa pra caber,
na cabeça o que saber
o que deve escolher,
ó amor, venha me ver.

Entrelaço-me em seus versos,
O que me traz alívio eterno,
nem que seja neste instante,
sua companhia radiante.

A capacidade de amar,
ninguém sabe explicar,
nem ao menos comparar,
onde é que vai parar?

Tantas formas e estruturas,
regam o anseio das loucuras,
centralizam uma verdade,
que provém do amor tal saudade.

de ficar perto de alguém.
que o faça ou lhe quer bem,
da maneira que quiser,
no tempo espaço que estiver.

Thiago Pestana - História

AMAR É PERDOAR - Thiago Pestana

AMAR É PERDOAR


De onde vem tanto amor?
De onde surge o rancor?
Ódio que fere e mata,
Prefiro a paz anunciada.

Nestes tempos de ganância,
Muitos almejam a vingança,
Não percebem a arrogância,
Que os condena com elegância.

Destruir é muito fácil,
Persistir, muito difícil,
Mas o que querer da vida,
Nada além dela tu precisas.

Todos sabem, a vida passa,
Um grande amor não há quem lace,
Quando se quer estar ao lado,
De quem o envolveu em um abraço.

O mais difícil deste abraço,
É o mesmo ser guiado,
A quem não te queria bem,
Mas com amor, tu o queres bem.

Esta Terra tudo ensina,
Com teoria e disciplina,
Só não aprendes a perdoar,
Então como ousas amar?

No final desta jornada,
Tudo em dia, hora marcada,
Pode ser que haja alguém,
Que perdoe e queira o bem.

Thiago Pestana - História


quarta-feira, 8 de maio de 2013

1992, de Thiago Pestana

1992

Em uma madrugada de 1992 em São Paulo, despertavam dois amigos, mais precisamente às quatro da manhã, hora que não poderiam se dar o luxo de perder, pois seriam penalizados por sua própria necessidade de sobrevivência. Em meio a um amontoado de madeiras e um odor que jamais esqueceriam mesmo que tentassem. A realidade imposta para suas vidas lhes permitia, sem outra opção, forçar a convivência neste ambiente ora hostil, ora favorável, que ficaria no decorrer de suas vidas na sua memória, enraizado como um salgueiro centenário.
Em um percurso silencioso e sereno, alguns homens embriagados disputavam lugar com os moradores de rua por um espaço para um breve descanso. Pais e mães de família aguardavam aos montes em um velho pedaço de madeira pintada de azul onde os ônibus paravam com destinos variados. Um valetão chamava a atenção dos garotos, pois não havia água nele e sim uma série de objetos e oferendas que eram depositadas no local onde os ratos e cachorros faziam morada.
Chegada ao destino que tanto almejavam e os motivava a tão cedo estar de pé, uma fábrica de pães que distribuía alguns deles gratuitamente até determinado horário; a alegria de serem os primeiros a receberem seu prêmio irradiava seus olhares e trazia uma perspectiva de auxiliar a família, contribuindo com o que conseguira. A responsabilidade habitava no interior destas crianças de sete anos (Tico) e seis anos (Mú).
Como de costume quase generalizado naquele bairro por pai ausente ou entregue a bebida, talvez a iniciativa dos garotos fluísse mais prematuramente, e sentiam a necessidade de contribuir de alguma forma para evitar tais dificuldades.
É chegada a hora de ir para a escola, os pães são guardados em casa e agora a educação entrava em cena, mais dificilmente seria aprendida, pois em suas mentes as preocupações ostentavam como prioridade nas suas vidas. É claro que existia uma hora muito boa para a criança esquecer-se das dificuldades e, de fato, era a hora das atividades físicas que envolviam uma série de brincadeiras que compunham a grade escolar e correspondiam com alegria aos alunos que, por um momento singelo, se entregavam à felicidade.
No término da aula um pensamento sorrateiro tomava conta de suas mentes como se os obrigasse a acordar para a vida e novamente retornar as suas casas e enfrentar a realidade que se resumia a um prato de arroz e um caldo de limão que ficaria em seu estômago como uma possível última refeição, já que o amanhã era incerto e o auxílio provinha de parentes e vizinhos solidários com a situação apresentada.
Em contraste de Um Artista da Fome (Franz Kafka, 1922), os garotos não viam a fome como arte e sim por necessidade que trazia a dor, a angústia e o desespero em ver seus corpos serem definhados por uma situação triste e desonrosa que qualquer ser humano de bem não desejaria para o pior inimigo. A fome anunciada e ao mesmo tempo compartilhada em todo o mundo não teria solução, a não ser saciá-la com um banquete generoso que os seus mais profundos sonhos ostentavam em seu subconsciente na esperança de um dia realizá-lo.
Os dois amigos Tico e Mú sempre estavam juntos e compartilhavam da mesma realidade e isso fortalecia seus laços de amizade que, por pior que fossem as condições em que viviam, sempre estavam juntos, os amigos inseparáveis que não se desgrudavam, riam e choravam juntos.
A mudança fez com que os amigos se separassem, pois a família de Mú, ao ver de perto a situação vivida pela criança e a mãe abandonada pelo marido e desorientada pelos acontecimentos, agora não poderia continuar desta maneira e foi retirada deste local inóspito e levada para o seu antigo lar, onde as dificuldades eram menores e Tico continuou sua saga, em uma realidade na qual tinha como objetivo conseguir sair como o amigo saiu deste mundo de desigualdade, fome e miséria, almejando um dia se encontrar com Mú, seu fiel amigo e companheiro, para colocar em prática os diversos sonhos que tiveram com seus banquetes e festanças, nas quais se empanturrar sem desperdício era o lema imposto por decisão impune dos amigos. A fome vivida por estas crianças não os deixará perecer, um laço de amizade muito forte foi criado e ao mesmo tempo destruído quando se separaram fisicamente, mas conscientemente sempre estarão juntos por toda sua existência.

Thiago Pestana - História

"Um Momento Inesquecível", de Ricardo Balsanelli

Um Momento Inesquecível

Quando criança, minha família tinha muitas dificuldades, como na maioria das famílias brasileiras. E meu vizinho tinha todos os brinquedos que povoavam a imaginação de qualquer criança. Eu e todas as crianças da rua adorava ir na casa dele, e o apelidamos de “ricão”, era o playboy, tinha todos os brinquedos que era moda e a galerinha não saia de perto dele. Mas, o que eu mais gostava mesmo era do vídeo game que ele tinha, gostava tanto que chegava até sonhar, quantas vezes sonhei que tinha um vídeo game, e em um dos sonhos, sonhei que estava em um programa de televisão ganhando esse maravilhoso brinquedo. Mas um dia, um dia que foi melhor que qualquer sonho, um dia muito especial que ainda vive em meus pensamentos. Ao sair da escola, vi meu pai com a perua/kombi (na época meu pai trabalhava com entrega de perfumes), me esperando no portão de saída da escola, estranhei...e chegando perto, entrei.
Pai – e ai filho, está tudo bem?
Eu – sim (pensei, será que fiz alguma coisa), rs.
Pai – pula para o banco de trás
Eu – pulei e nesse momento impressionante de segundos que ficam eternizados para sempre em nossa memória, vi o tão sonhando vídeo game na caixa, emoção total.
Eu não acreditei, foi uma das maiores alegrias da minha vida, lembro que não queria parar de jogar nem para jantar, sabe como que é. No outro dia após a aula, chamei todos os meus amigos para jogar em casa, foi muito bacana, minha mãe fez suco e lanches para toda a galera. E essa mania durou por muitos e muitos anos, pra não falar que permanece até nos dias de hoje. Para se ter uma ideia, em tempos recentes, fui visitar um grande amigo de infância, casado e morando no Vale do Paraíba, em Taubaté. Fizemos um churrasco e com uma bela disputa das velhas e ótimas partidas de futebol no game e claro com aquela cervejinha gelada ao lado. E sempre após os términos das partidas virtuais, rolava a boa discussão dos lances polêmicos. E o que foi muito legal, a família inteira na sala acompanhando cada lance da partida, foi muita risada. Enfim, esse foi um dos muitos momentos marcantes da minha vida, quando meu pai me buscou na escola e meu deu o presente dos sonhos naquela época encantada, mágica e inesquecível e que perdura até os dias de hoje com meus velhos e maravilhosos amigos. Um Momento inesquecível pode ser aqueles que em uma fração de segundos se eterniza para sempre em suas lembranças e tem moradia tranquila em seu coração.

Ricardo Balsanelli - História

"Cinema", poema de Thiago Pestana

Cinema

Tela grande de cinema,
pipoca quente entra em cena,
sem problemas nem tristeza,
o pai ao lado com firmeza.

Certa hora tomo susto,
com o rosnar com o barulho.
estas feras esquisitas,
existiram nesta vida?

Acabou agora é tarde,
vou pra casa, vem saudade,
quem sabe semana que vem
eu possa estar aqui com alguém.

Thiago Pestana - História

segunda-feira, 4 de março de 2013

Tortura, de Nicole Sofia. H. Gomes, do 5NA de Letras


Sinto uma vontade louca de devorar-te por inteira, minha querida. Você faz os meus desejos mais profundos virem à tona .
Todas as vezes que olho fixamente para você através daquele vidro tão brilhante, você tão linda, formosa, me esnobando. . . Me atiçando , querendo me fazer arrebentar tudo o que estiver em minha frente para conseguir alcançá-la .
Oh minha querida! Como pode tantos infames denominá-la de forma tão contrária à forma que eu a enxergo? Para mim és a mais formosa de todas as doçuras!
Talvez nunca tenha me notado. Mas todos os dias , quando volto do trabalho , passo por onde você mora , pois meu corpo pede isso , implora por você quase o tempo todo . E fico ali, contemplando sua imagem, e você me olhando de forma tão indiferente. . .
Isso acontece todo santo dia! Ai que tortura! E o que mais me atormenta, é quando não a vejo através daquele mesmo vidro! Não posso suportar a ideia de alguém possuí-la que não eu! E quando você retorna incompleta? Angustia-me demais!
Quando meus recursos permitem, você sabe, sempre vou ter contigo, degustar nem que seja um pedacinho seu e saciar meu desejo!
Ai bendita Torta Holandesa! Bendita Torta Holandesa da vitrine brilhante da doceria que me faz sonhar acordada!

O Violoncelo, de Nicole Sofia H. Gomes, aluna do 5NA de Letras


O Violoncelo
Mais uma vez caminhava por aquela rua a caminho da escola. Aquela rua escura, silenciosa e sombria. O vento passava por mim como único companheiro, levando consigo as folhas secas que caíam das árvores. Pra dizer a verdade, eu não gostava de passar por ali. Mas era o caminho mais rápido para chegar à escola, e, como sempre estava atrasado, não tinha alternativa.
Caminhava a passos apressados quando de repente algo interrompeu o silêncio da rua. Era um som diferente vindo de uma das casas. Alguém tocava um instrumento. Com o susto, não quis saber de onde vinha e corri até a escola.
No dia seguinte, atrasado mais uma vez, tive de passar novamente por aquela rua. Queria saber de onde vinha aquele som. Fiquei com essa ideia na cabeça durante todo o dia anterior. Não demorou muito e ele apareceu. Respirei fundo, engoli o medo e comecei a me aproximar de cada portão daquela rua sinistra a fim de poder escutar de onde vinha o som daquele instrumento. Tentei duas casas e nada. Não era delas que o som vinha. Cheguei perto de uma terceira, grande, antiga e triste como as demais daquele lugar. Encostei os ouvidos no portão e... Sim! Era dali! Era dali que vinha aquela música!
Fiquei um tempo encostado ali... O som era grave, bonito e profundo. Triste também. Combinava com o lugar de onde vinha. . . Qual seria o instrumento que estava sendo tocado? E quem tocava? Enquanto pensava nas possíveis respostas, o som parou. O silêncio amedrontador voltou a reinar ali e comecei a sentir medo... Novamente o vento sacudia as àrvores e levava as folhas. . . Não aguentei e resolvi correr o mais depressa possível rumo à escola novamente.
No outro dia, voltei à mesma casa durante o caminho para a escola. Tinha pesquisado sobre o som. Imaginei que fosse um instrumento de cordas e realmente era. Um violoncelo provavelmente. Quando cheguei, o som já estava lá, como que me esperando . Fiquei bons minutos ali ouvindo encostado no portão... O vento de repente começou sua dança de levar as folhas, mas não senti medo dessa vez... A escola? Não me importava. Só queria ficar ali, mais e mais... Uma forte e repentina rajada de vento fez o velho e enferrujado portão da casa ranger e o som parou bruscamente. Afastei-me e alguma coisa me fez olhar para cima. Intuição talvez.
No andar de cima do casarão, tinha uma janela bem grande, que sempre estava escura e não dava pra ver nada dentro. Mas quando olhei, o medo e o susto reviraram tudo dentro de mim: tinha um garoto me olhando da janela! Um garoto muito estranho, com jeito estranho, roupas estranhas. . . E segurava ao seu lado o violoncelo! Então era ele que tocava! Seu olhar era muito profundo e estava bem sério... Parecia dizer “você não é bem-vindo”... Não fiquei para discutir. Peguei minha mochila e corri sem rumo... Não me lembrava pra onde tinha de ir. . . Mas de qualquer forma agora eu precisava lembrar.
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