quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Um cupido chamado destino

Sabe aqueles acasos do destino? Aqueles esbarrões na esquina ou um pequeno desentendimento que depois viram um amor? Então, isso aconteceu também com esse casalzinho que falaremos aqui, mas o lugar onde eles se conheceram foi um pouquinho diferente: no pronto-socorro. Certamente, aquele não é o local mais romântico do mundo... Ela estava com uma crise de enxaqueca e ele havia fraturado a perna em um acidente de moto. Ela tinha seus dezoito anos e ele seus vinte. A idade perfeita para encontrar um grande amor...

O destino se encarregou de colocá-los sentados um ao lado do outro na fila de espera. Depois de uns cinco minutos, Milena, já bem entediada, resolveu puxar assunto para ver se passava o tempo:

— Ei, o que houve na perna? Quebrou?

— Acidente de moto. Mas graças a Deus não quebrou, só fraturou. Agora tenho que pegar mais essa fila para tomar injeção. E você, o que tem?

— Nossa! Deve estar doendo “pakas”, né?

— Muuuuuito!

— E eu estou com crise de enxaqueca. Vou tomar uma injeçãozinha também...

Sabe como funciona a fila de espera de um pronto-socorro, não é? Pois é... Meia hora se passou e os dois ainda conversavam quando ela foi chamada. Na volta, ele a chamou e pediu seu telefone para que mantivessem contato. Trocaram os números e ela se foi.

Dois dias depois, Gabriel resolveu ligar e perguntar como ela estava. Ela respondeu que estava bem melhor e ficaram conversando até que, em determinado momento, ele perguntou se os dois poderiam se ver novamente quando ele tirasse o gesso da perna.

— Sim, claro! Foi a resposta dela, para sua surpresa.

— Eba! Mas só tem um probleminha: eu moro um pouco longe de você. Só nos encontramos naquele P.S. por mero acaso do destino, pois eu havia saído com uns amigos para andar de moto e aconteceu o que aconteceu...

— Ah, poxa — respondeu ela com uma voz triste. Preciso ver com meu pai e te falo, tá?

— Tá bom. Beijo, tchau!

Milena resolveu falar primeiro com a mãe, que não deixou, pois ele era um estranho. Depois foi falar com o pai, que de primeira não deixou também, mas que queria conhecer o garoto para ver com quem sua filha iria dar uma volta.

Quando ela contou para Gabriel, ele disse que “tudo bem” e que falaria com o pai dela, afinal, ele era um bom garoto e não tinha nada a esconder. Marcaram um dia de se encontrarem na metade do caminho e saíram os três: Gabriel, Milena e seu pai. Quando os dois se reencontraram, se abraçaram e olharam olho no olho... Rolou um climaço, é claro. Só deram uma piscadinha um para o outro e se voltaram para o pai dela. Foi uma tarde muito agradável: o ancião gostou muito do moleque e disse:

— Agora podem parar de fingir que não há interesse entre os dois.

Todos riram e o casalzinho se beijou na frente dele, que liberou geral.

É engraçado como o cupido destino se encarrega de ajeitar tudo para que sejamos felizes, não é? Quem diria que nasceria um romance a partir de uma conversa numa fila de espera de pronto-socorro? Ah, fiquei sabendo que eles vão casar em breve e que a mãe dela fez questão de pagar a festa!

Ei, você aí! Está preparado? O cupido destino pode te acertar a qualquer momento...
 
 
*Mais textos de Rodolfo Andrade disponiveis no site Desmandamentos *

Enquete

Pessoas, começamos hoje um projeto de interatividade com vocês!

A cada dez dias, terá uma votação nova por aqui... E para começar...

Qual seu poeta favorito? Votem e divulguem!

Abraços poéticos

domingo, 4 de novembro de 2012

SEMANA DE HISTÓRIA E LETRAS 2012

Meus amigos,
Gostaríamos de agradecer a todos os palestrantes que fizeram de nossa SEMANA DE HISTÓRIA E LETRAS 2012 um evento único, especial: nosso escritor homenageado Fabrício Carpinejar, Leandro Leite Leocádio, Marcelo Maluf, Rodrigo Ciríaco, Prof. Fábio Betioli Contel, Prof. Ubiratan Silva Alves, Prof.ª Mariana Zenaro, Prof.ª Ana Maria Dietrich, Prof. Flávio Botton e Prof.ª Fernanda Verdasca Botton. Também gostaríamos de agradecer a todos os professores do Curso de Letras e História, em especial aos professores Flávio Botton e Fernanda Verdasca Botton, pela organização e apresentação do nosso 3º Sarau do Grupo de Escritores da UNIABC-Anhanguera. Nossos agradecimentos especiais a todos os alunos que participaram do Sarau, e ao aluno Gideão Cardoso, do curso de História, pela especial intervenção musical. Agradecimentos especiais também ao Prof. Fabio Pires Gavião, coordenador do curso de História, amigo e parceiro sempre.
Aguardem nossos próximos eventos!
Um abraço carinhoso em todos,
Profa. Maiaty S. Ferraz
Coordenadora do Curso de Letras UniABC/Anhanguera

quarta-feira, 31 de outubro de 2012

SEMANA DE HISTÓRIA E LETRAS 2012

SEMANA DE HISTÓRIA E LETRAS 2012
“O tempo em palavras, a arte e o poder”
De 29 de outubro a 01 de novembro
Auditório I – 3º andar – Bloco B
Programação
29/10 – Segunda-feira.
19h00 – Abertura.
19h10 - A geografia do mundo contemporâneo: globalização, informação e finanças.
Prof. Dr. Fábio Betioli Contel (FFLCH-USP).
.
20h30Mesa redonda: Rumos da literatura brasileira atual.
Participantes: Leandro Leite Leocádio, Marcelo Maluf, Rodrigo Ciríaco.
Mediadores: Prof. Ms. Renato Dotta (História), Profa. Ms. Maiaty S. Ferraz (Letras).
Escritor homenageado: Fabrício Carpinejar
30/10 – Terça-feira.
19h00 - Bolivianos na cidade de São Paulo.
Prof. Dr. Ubiratan Silva Alves
20h30Artes plásticas e literatura
Prof. Ms. Flávio Felicio Botton
31/10 – Quarta-feira.
LANÇAMENTO DO LIVRO:
DIETRICH, Ana Maria. Nazismo tropical? O partido nazista no Brasil. São Paulo: Ed. Todas as Musas, 2012.
Prefácio de Renato Alencar Dotta.
19h00 – História da Beleza
Prof.ª Esp.ª Mariana Zenaro.
20h30 – Nazismo tropical: entre a feijoada e o chucrutes.
Prof.ª Dr.ª Ana Maria Dietrich (UFABC/UNICAMP)
Participação de Prof. Ms. Renato Alencar Dotta (História-UNIABC).
01/11 – Quinta-feira.
19h00 - Do melodrama à novela televisiva: a persistência dos clichês românticos.                                                                                                                                                                
Prof.ª Dr.ª Fernanda Verdasca Botton (Letras –UNIABC)

20h00 - 3º Sarau do Grupo de Escritores da UNIABC.

Exposição de Artes Plásticas – Adeladio Leite Silva (1NA – História - UNIABC).

Endereço: Av. Industrial, 3330. - Santo André - Tel. 4991-9800

Inscrições pelo email:grupodeescritores@uniabc.br

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Fotos do encontro "Escritor na Universidade", com Felipe Stefani










Poema que escrevi inspirada em minha mestra, que deixou a semente da literatura no meu coração!

Palavra-Mestra
                          pela mestra das palavras


Ela era Leida
    era Leda
    Lida, Linda

Lê - e  - da
fora flor negra
Como palavras postas no papel
               póstumas no céu
dos livros de literatura
              letra tua
              mestra, mostra
Onde ?
Onde ?
Aqui.

(À mestra Leida Damasio da Silva).

                       01-11-85
Maiaty S. Ferraz
Coordenadora do Curso de Letras UniABC/Anhanguera

domingo, 14 de outubro de 2012

''Escritor na Universidade'' com Felipe Stefani, por Érica Gusmão



Na última quarta-feira, dia 10 de outubro, recebemos poeticamente, Felipe Stefani, que é fotógrafo, poeta e artista plástico em nossa 4ª edição do ''Escritor na Universidade''. Ele veio das ondas de Santos, nos contar sua trajetória como amante da arte. ''Quando aquilo é o ar que você respira, não dá para viver sem fazer, não importa o que digam.'' Foi o que nosso artista defendeu e fez com que os presentes se sentissem mais animados em sua busca. Felipe fez arquitetura, porém aquela arte moldada não era para ele, assim encontrou sua forma de expressão em desenhos mais livres, que esboçassem o que realmente achava belo, em que não pode faltar a figura humana que nos lembra a arte grega misturada ao desconstrutivismo da arte contemporânea. ''Pegar onda é uma metáfora para a vida!'', segundo ele a vida também é cheia de marés baixas e altas, portanto, o importante é acreditar que amanhã as ondas estarão ao seu favor, mesmo que consiga pegar só uma, desde que esta tenha sido bem aproveitada. Para ele,  é primordial que sua arte seja mostrada da forma como ela é, assim como nossas palavras, deixou isso bem evidente quando discutimos sobre publicação de livros em que o editor corta e corta partes, que muitas vezes fazem toda a diferença para quem as escreveu. Ele não teve esses problemas com seus livros, porém uma vez foi convidado para escrever a orelha de um livro, então disseram: '' Ah, tivemos que mudar umas partes...'', quando ele foi ver, as palavras dele estavam todas distorcidas, ele pediu para reescrever, porém o livro ainda foi publicado com um monte de palavras postas em sua boca... Confessou-nos que não gostava muito de ler, então resolveu começar a ler, após ter assistido ao filme do The Doors, que nem era tão fã, porém começou a querer ler como Jim Morrison e começou a apreciar o som deles, tudo graças a seu irmão. Felipe trouxe-nos uma amostra de seus trabalhos, bem como alguns esboços de desenhos e livros publicados, como o livro do poeta André Setti, intitulado  “Teatro das Horas” em que ilustrou e seu livro “O Corpo Possível”, que foi editado pelo coletivo Dulcinéia Catadora. Felipe mostrou-nos que estava bem a vontade e parabenizou a questão da participação, pois ele gostou de dividir opiniões e experiências, não simplesmente ministrar uma palestra. Ele adora conhecer pessoas novas, então podem entrar em contato com ele por meio de seu e-mail: felipe.stefani@uol.com, conhecer alguns escritos desse espetacular artista em seu blogue: www.cultuar.blogspot.com  ou verificar alguns de seus desenhos em www.pbase.com/sodesenho.
Agradecemos sua presença em nossa Universidade, desejando que seu trabalho seja cada vez mais conhecido e que retorne com novidades!

terça-feira, 2 de outubro de 2012

Escritor na Universidade com Leandro Leite Leocádio











Fotos de Daniel M. I.

Escritor na Universidade com Leandro Leite Leocádio por Rodolfo Andrade



No dia 30 de agosto, 5ª feira, o Grupo de Escritores da UniABC-Anhanguera realizou a terceira edição do “Escritor na Universidade”. O nosso ilustre convidado foi Leandro Leite Leocádio, que veio diretamente de Paraty para um bate-papo descontraído e uma oficina de minicontos.
Leocádio, assim como Cláudio Parreira, escritor convidado do nosso 1º encontro, começou na revista Bundas – uma sátira da Época organizada por Ziraldo - em 2001. Ele nos contou algumas dos bastidores da revista e revelou também coisas de sua infância que deixaram, inclusive, esse que vos escreve, admirado. “Em vez de brincar, preferia caderno e caneta desde pequeno”. Em outro ponto da conversa acrescentou, brincando: “Disseram que escritor não ganha dinheiro no Brasil...e é verdade!” falando sobre a situação do mercado nacional.
Leandro fez faculdade de Direito, mesmo gostando de Letras. Tinha em sua mente, enquanto fazia o curso, fazer um concurso público para não passar e aí ter uma “desculpa” para fazer Letras, que sempre foi sua paixão. No fim das contas, o incrível aconteceu e ele passou no concurso, trabalhando por algum tempo na área de sua primeira graduação.
Há algum tempo lançou seu livro de contos chamado “Barro, Areia, Óleo de Baleia”. Um nome diferente, que tem seu significado na história e que ele nos explicou. Com esse livro, ganhou o Prêmio PROAC 2009.
Uma curiosidade: anos atrás, Leandro Leocádio, Cláudio Parreira e Maiaty Ferraz – coordenadora do curso de Letras da nossa universidade – se juntaram e montaram um grupo com o objetivo de espalhar arte. Esse grupo, chamado “Os Maletras” – da ideia de três malas que são das Letras – ganhou o Prêmio Funarte de Circulação Literária. Eles prometeram voltar com “Os Maletras”. E continuando nas letras... O escritor elogiou a iniciativa da Universidade de trazer escritores para mais perto dos alunos e também dos jovens que estão agora começando as carreiras, funcionando como um incentivo. “Não tive essa oportunidade”, disse.
Após o bate-papo, Leandro ministrou um Oficina de minicontos e tirou as dúvidas da galera definindo as diferenças entre microconto, miniconto, conto, crônica, novela e romance.
O Grupo de Escritores da UniABC-Anhanguera agradece a Leandro Leite Leocádio pela participação no nosso evento e abre as portas da universidade para uma futura visita. Desejamos-lhe muito sucesso em seus projetos!

domingo, 23 de setembro de 2012

Crônica de Wagner Gomes

                                      O SONHO DE UM OREIA
    
 Mais um traçado. Só faltava isto para encher as sapatas. O Suor escorria pela testa, sua camisa ensopada estava grudada ao corpo. Afinal foram 12 massadas de concreto, os braços já estavam muito doloridos.
- Ei, Oreia, falta quinze pra meio dia. Vai buscar a marmita! Gritou o pedreiro.
- Já vou Seu Zé! Respondeu o jovem largando a enxada.
Sossegadamente caminhou até a torneira, girou a válvula, lavando as mãos e o rosto. Por fim, meteu a cabeça n’agua gelada, penteando os cabelos com a ponta dos dedos.
- Mas é uma febre tife, ô bicho da gota, vai buscar o de comer! Mais uma vez gritou o pedreiro.
- Sim, já estou indo!  Respondeu o rapaz saindo apressadamente.
Caminhando às pressas, tirou o celular do bolso, verificando aliviado: 12h: 02min. Já está na hora, pensou o jovem sentando numa pilha de tijolos na calçada. O prédio que estava construindo projetava uma maviosa sombra sobre os tijolos. Cansado, sentou-se.
Mal havia se aconchegado sobre os tijolos e já vinha o motivo de sua inquietação diária. Virando a esquina, seguia alegremente um trio de garotas, de um colégio próximo. O rapaz rapidamente deu um salto, fazendo uma pose, à la malandro, apoiando uma das mãos na cintura e outra na pilha de tijolos. Mas quase lhe faltavam forças nas pernas, quando o adocicado perfume penetrou em suas narinas.
A dona da sedutora fragrância era uma linda jovem de cabelos castanho-claro, olhos amendoados, e uma pele branca como leite. Seu uniforme de colegial propiciava pensamentos fetichistas, o que fazia o jovem ficar paralisado.
Psiu, Psiu! Era a única coisa que conseguia fazer após as jovens passarem por ele. Elas, por sua vez, retribuíam com modestos sorrisos, pequenas reboladas provocativas. Para o jovem era como ganhar o dia, aqueles pequenos flertes. Mas quando elas sumiam no fim da rua, a magia acabava. Ele voltava a ser um mulato, nordestino e servente de pedreiro. Nunca conseguiria namorar uma moça rica, nem mesmo pôde ir à escola, era apenas mais um oreia numa construção em São Paulo.

quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Segundo Sarau do Grupo de Escritores da UniABC-Anhanguera




















Meus amigos,
 Gostaríamos de agradecer a todos que compareceram ao nosso Segundo Sarau do Grupo de Escritores da UniABC-Anhanguera, e queremos fazer um agradecimento especial aos alunos de Letras, História, Arquitetura e Pedagogia, que nos presentearam com seus textos e também com a palavra de autores consagrados.
Queremos agradecer também aos músicos do quinteto de cordas e sopro: David, Priscila Miranda Caetano, Juliana Caetano, Viviane Doddi, Fabiene Santana. Todos foram maravilhosos! Gideão Cardoso, que tocou violão e cantou, foi a revelação da noite, além de escritor e poeta, é um ótimo cantor. Promete!
Nossos agradecimentos especiais ao Prof. Flavio Botton e Profa. Fernanda Verdasca, que nos presenteou com seus comentários e sua leitura dos versos de Manuel Bandeira.
Atendendo a pedidos, teremos mais versos de Jim Morrison e Manuel Bandeira no próximo Sarau.
Quem não pôde estar presente, aguarde o próximo Sarau. Já estão convidados!

Abraço,
 Profa. Maiaty S. Ferraz
Coordenadora do Curso de Letras da UniABC/Anhanguera
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